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Você sabe o que é Intolerância à Lactose?

Postado em 27/01/2017

Cerca de ¼ da população brasileira sofre de intolerância à lactose (IL), de acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), mas muita gente a confunde isso com alergia à proteína do leite.

Na verdade, a IL é a dificuldade em digerir a lactose, que é o açúcar do leite. Sim,  laticínios (leite, queijos, iogurtes, creme de leite, leite condensado, entre outros) além de proteínas, gorduras, minerais, vitaminas também têm “açúcar”.

Este “açúcar”, para ser adequadamente absorvido precisa ser digerido por uma enzima chamada lactase, que está localizada em nosso intestino. Assim, alterações que ocorrem no intestino podem mudar a capacidade de digerir a lactose, caracterizando o quadro de IL.

Podemos classificar a deficiência da lactase em três tipos: congênita, primária e secundária. A congênita é muito rara e se caracteriza por um teor muito baixo ou ausência da lactase. Neonatos, recém-nascidos podem apresentar sintomas como distensão abdominal, vômitos, diarréia líquida, volumosa e de odor ácido, dermatite perianal e até parada do crescimento se o leite for mantido. Se não diagnosticada, esta IL pode evoluir para desidratação e até morte.

A IL primária ou também conhecida como hipolactasia primária está associada à presença de um polimorfismo genético (SNP), ou seja, “alteração”, no gene MCM6. Já a IL secundária está relacionada a alterações permanentes na “parede” do intestino como doença celíaca ou alterações transitórias como parasitoses, infecções virais, entre outras.

Os sintomas mais comuns em adultos são gases, dor, cólicas e distensão abdominal, diarréia osmótica e dor de cabeça. No entanto, cabe ressaltar que a IL é uma condição muito pessoal. Ou seja, cada indivíduo possui diferente capacidade em digerir a lactose e pode apresentar diferentes sintomas e intensidades. Assim, podemos dizer que não são todos os indivíduos que se sentirão bem, consumindo a quantidade de 12g de lactose por dia, considerada aceitável por todos, mesmo os intolerantes.

Para saber se você tem IL é preciso procurar uma equipe profissional qualificada para a análise, pois, além de exames bioquímicos como o teste de tolerância a lactose, há necessidade de analisar os sintomas apresentados pelo paciente.

E o teste genético? A análise do polimorfismo no gene MCM6 pode ser solicitada como adjuvante à análise. Segundo alguns estudos, em decorrência da grande miscigenação na nossa população, utilizar unicamente este exame para diagnosticar a IL pode ser simplista.

Tenho algumas sugestões para você contornar a sua IL:

1. Procure um profissional Nutricionista para te orientar. Precisamos entender que o nosso intestino precisa, muitas vezes, de cuidados;

2. Há no mercado enzimas que auxiliam na digestão da lactose. No entanto, não devem ser usadas diariamente. É preciso ter consciência de que mudanças alimentares serão necessárias;

3. Atenção à lista de ingredientes dos produtos na hora da compra. Muitas vezes a lactose está “escondida”, por exemplo, na forma de leite em pó. Fique atento;

4. Alguns medicamentos também possuem lactose em sua composição e, em indivíduos muito intolerantes pode ser que esta ingestão contribua para os sintomas;

5. De uma forma geral, quanto maior o teor de gordura dos laticínios menor é o de lactose;

6. Dependendo do grau da sua intolerância, prefira os produtos sem lactose;

7. Em média possuímos (os valores podem variar com marcas e composição):

Produto - Quantidade média (g ou mL) - Quantidade média de lactose (g)
Leite - 250 mL - 13g
Iogurte com baixo teor de gordura - 150-300mL - 10-20g
Iogurte grego com baixo teor de gordura - 150-300mL - 5-10g
Queijos Muçarela, Brie, Cheedar, Parmesão -  50g - <1,2g
Queijo cottage - 100g - 3g
Queijo ricota - 100g - <1-6g
Sorvete - 100g - 14g
Manteiga - 1 colher (sopa) - <0,1g

Fonte: Adaptado – National Dairy Council

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