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Desmistificando: Couve pode prejudicar a Tireóide?

Postado em 17/02/2017

Não! Vou explicar brevemente o por quê

Vegetais como brócolis, couve manteiga, couve-de-bruxelas, couve flor, repolho, entre outros, pertencem a uma família denominada Brassicaceae e uma especificidade dos vegetais desta família é apresentar em sua composição substâncias conhecidas como glicosinolatos que são convertidas em tiocianatos, isotiocianatos, sulforafanos e goitrina, cujos benefícios na prevenção de cânceres e doenças cardiovasculares são amplamente conhecidos. Entretanto, embora muitos sejam os benefícios apresentados, existem especulações sobre a ação negativa destes compostos na função da nossa glândula da tireóide.


Toda esta história se iniciou com estudos realizados em estudos in vitro e in vivo animais, que obviamente tiveram e têm a sua importância pois nos mostram os mecanismos moleculares pelos quais estas substâncias podem interferir negativamente na função da nossa glândula tireóide. Todavia, não podemos estender este tipo de informação para o nosso dia a dia com os pacientes. Precisamos ter critério. Não há dados em humanos que corroborem com tal informação. Os poucos dados que possuímos, de uma forma geral, nos mostram que um efeito negativo, poderia acontecer, por exemplo, mediante o consumo de 1 Kg de brócolis por dia. Em números isto se traduziria em cerca de 75 colheres (sopa) de brócolis por dia. Muito, não?!

Obviamente, isto não significa que talvez futuramente esta observação mude, pois a ciência evolui a passos largos.  Precisamos de mais trabalhos em humanos que verifiquem, por exemplo, a elevação de glicosinolatos no plasma após o consumo de dieta rica em brássicas e a resposta desta elevação na glândula.
Talvez isto seja uma questão de tempo. Todavia, considerando os dados que possuímos, não recomendo que esta exclusão seja realizada, por exemplo, no hipotireoidismo.


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