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AÇÚCAR OU ADOÇANTE? QUAL A MELHOR ESCOLHA?

Postado em 24/08/2016

Na hora de adoçar o suco ou o café surge aquela dúvida: uso adoçante ou açúcar? Questão complicada, não é? Acredito que por muitas vezes vocês já tenham se deparo com este questionamento especialmente quando aqueles “quilinhos” a mais estão incomodando.

Mas, antes de qualquer coisa, preciso iniciar este texto dizendo que o ideal é não adoçar. Ou seja, não usar nem um, nem outro. Conseguir identificar o sabor natural dos alimentos é o melhor caminho. No entanto, para muitos, trata-se de um processo complexo, pois a necessidade do consumo de alimentos mais adocicados pode estar associada a aspectos como ansiedade, estresse, desequilíbrios hormonais, genética ou, simplesmente, ao paladar. Quem avalia isto é o profissional que está te acompanhando.

Aí vocês me dizem, tudo bem, Ana, já entendi. Mas e se eu não conseguir deixar de adoçar, o que posso considerar como saudável: edulcorantes, também conhecidos como adoçantes, ou açúcares? Neste ponto é preciso esclarecer algumas coisas. Os edulcorantes podem ser classificados, por exemplo, de acordo com o valor calórico. Edulcorantes nutritivos fornecem o mesmo valor calórico dos açúcares (frutose, glicose, maltose, entre outros), já os edulcorantes não nutritivos são pouco calóricos ou não calóricos (acessulfame K, ciclamato, sacarina, sucralose). Há também os adoçantes obtidos de extratos vegetais como estévia e taumatina considerados nutritivos.

Enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estipula o limite de adição de edulcorantes nos produtos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determina a quantidade máxima de cada adoçante que pode ser utilizada por um indivíduo de acordo com o peso (quilograma), chamada IDA - Ingestão diária aceitável. Aqui chamo a atenção de vocês para dois importantes aspectos: em primeiro lugar, indivíduos adeptos aos adoçantes consomem diariamente vários produtos com edulcorantes, alcançando facilmente o limite estipulado; em segundo, dados científicos mostram que o consumo de adoçantes artificiais pode provocar, por exemplo, alteração da microbiota intestinal ou flora intestinal. Esta alteração é um fator de risco para doenças metabólicas como obesidade e diabetes melittus, além de aumentar a vontade para o consumo de doces.

Certo, então, dessa forma, o melhor a se fazer é utilizar o açúcar? Não, não estou dizendo isto. Uma alternativa, menos prejudicial, seria o uso de adoçantes naturais derivados de planta mas, mesmo assim, o ideal ainda seria comer menos produtos acrescidos de açúcares e adoçantes e não adoçar os alimentos. Ou seja, o melhor é desembalar menos e descascar mais. Que tal optar por fontes naturais de açúcar, como as frutas? Cabe ressaltar que o “açúcar” que se consome “escondido” nos alimentos industrializados, muitas vezes na forma de xarope, pode elevar o ácido úrico.

Bem, em relação ao açúcar extraído da cana-de-açúcar, observo uma grande tendência aos diferentes tipos no mercado: açúcar demerara, açúcar mascavo, melado de cana, açúcar de coco, açúcar refinado, entre outros. No entanto, a diferença entre eles não está no teor de sacarose, ou seja, no teor de açúcar, mas sim na qualidade nutricional. As versões não refinadas, além de não terem adição de aditivos químicos, conservam a qualidade de micronutrientes como vitaminas do complexo B, magnésio, cálcio, cobre, entre outros. O açúcar refinado branco, além de receber adição de compostos químicos para o clareamento, perde boa parte de suas vitaminas e minerais. O açúcar de coco, por exemplo, é uma alternativa saudável, mas é importante destacar que não há dados suficientes na literatura científica que comprovem um menor índice glicêmico.

O que eu quero que vocês entendam é que o consumo de açúcares naturais, como demerara, melado de cana, mascavo e coco, pode ser feito com moderação desde que se mantenha uma dieta equilibrada em termos qualitativos e quantitativos. É muito mais saudável comer um bolinho caseiro feito em casa do que um biscoito industrializado. Muitas vezes podemos utilizar a própria fruta para adoçar. A banana e laranja ajudam muito.

É preciso ter bom senso. Pacientes com diabetes mellitus, hipertrigliceridemia (elevação de triglicérides) e obesidade precisam de uma atenção especial. Estas pessoas necessitam de orientação quanto ao controle glicêmico dos alimentos e devem, sempre que possível, procurar um profissional capacitado para um adequado acompanhamento.

Que tal um bolinho preparado com um açúcar natural?

Bolinho de caneca com canela
 
Ingredientes:  
• 1 colher (sopa) de farinha de coco
• 1 colher (sopa) de farinha de amêndoas
• 1 banana
• 1 colher (café) rasa de fermento químico
• 1 colher (chá) rasa de açúcar de coco, mascavo ou demerara (opcional)
• 30 ml de leite de aveia
• 1 ovo
• Canela a gosto

Modo de preparo:  
1. Em um recipiente, misture a farinha de coco, farinha de amêndoas, gema de ovo, banana amassada, leite de aveia e a canela;
2. Em um outro recipiente, bata a clara em neve com um fouet ou garfo. Em seguida, acrescente aos outros ingredientes e misture levemente;
3. Por último, adicione o fermento químico e misture devagar;
4. Leve ao microondas por 3 minutos e está pronto. Já pode comer.



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