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ALIMENTAÇÃO NA GESTAÇÃO E PROGRAMAÇÃO GENÉTICA

Postado em 17/08/2016

Estou grávida e agora? Acredito que muitas mamães, ao confirmarem a gestação, se veem tomadas por dúvidas. Além do turbilhão de sentimentos e emoções das mais variadas, as alterações no corpo são iniciadas e, entre os principais questionamentos, surgem as dúvidas de como se alimentar bem e garantir uma gestação saudável. Perguntas e mais perguntas saltam à mente: há restrições? Posso comer de tudo? Devo comer por dois?

Bem, vamos lá. Devemos buscar sempre uma alimentação saudável, independente de nossa condição. No entanto, na gestação, essa preocupação merece uma atenção especial, principalmente, se olharmos lá no DNA, onde estão todos os genes “ofertados” para o bebê. Dados científicos mostram que as primeiras experiências nutricionais de um indivíduo são capazes de programar o seu padrão metabólico por toda a vida.

Ou seja, os nutrientes obtidos a partir de uma alimentação saudável e equilibrada da mãe promovem “modificações” no DNA que ficam “registradas” e tornam o bebê ou a criança menos propenso a desenvolver certas doenças como, por exemplo, obesidade, problemas cardiovasculares e diabetes mellitus.

Em outras palavras, a experiência nutricional precoce em uma fase específica do desenvolvimento da criança gera respostas positivas e duradouras ao longo da vida, chamamos isto de imprinting metabólico.


Mas aí vocês certamente vão me perguntar: quais seriam os alimentos indispensáveis para que esse processo ocorra de forma adequada? Minha resposta, sem dúvidas, é: o segredo está na variedade e na qualidade daquilo que escolhemos para a alimentação nessa fase. Além do balanço energético-protéico que é fundamental para o desenvolvimento fetal e para a saúde da gestante, um equilíbrio interessante entre fontes de vitaminas, minerais e compostos bioativos se faz necessário. As vitaminas pertencentes ao complexo B, encontradas em cereais integrais e vegetais de cor verde escura, são indispensáveis. A colina, localizada na gema de ovos e no gérmen de trigo, também é fundamental. Mas aqui, atenção: ovos bem cozidos. Nada de ovos crus na gestação.


Os minerais ferro, cálcio, selênio e magnésio, encontrados especialmente em carnes vermelhas, laticínios, castanha do pará e vegetais (como a couve manteiga), respectivamente, merecem um destaque especial. Lembrem-se que, além das carnes, o ferro também está em vegetais, como o espinafre cozido. Neste caso, o consumo de alimentos fontes de vitamina C, como o limão, se faz necessário para uma adequada absorção do ferro. Uma ressalta importante: evitem combinar, em uma mesma refeição, alimentos fontes de cálcio e ferro. Então, nada de queijo na salada.

Gorduras de boa qualidade como as localizadas no abacate e no azeite de oliva extra virgem são essenciais. Um destaque especial deve ser dado à gordura dos peixes, conhecida como ômega 3, durante a gestação. Dados científicos mostram efeitos positivos relacionados ao consumo e ao desenvolvimento neurocognitivo das crianças.

Já as frutas e verduras são as principais fontes de compostos bioativos, que são essenciais para a modulação do DNA que estará, nessa fase, receptivo a mudanças duradouras.

Dentro desse contexto, é importante compreendermos que, ao pensarmos na modulação dos nossos genes, devemos ter em mente que a alimentação é um fator importante, mas não único. O controle do estresse, a prática de atividade física e uma menor exposição a contaminantes ambientais também são essenciais. Estes aspectos tem sido cada vez mais evidenciados pela literatura científica.

As principais dicas estão aí e espero que gostem. Mas, sempre que possível, procurem um profissional capacitado para realizar um adequado planejamento alimentar. Um bom nutricionista tem papel fundamental para que essa nova e importante fase da vida seja tranquila, leve e saudável. Boa sorte!


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